Sede da Coordenação Regional de Saúde e do TFD
A covid-19 continua fazendo suas vitimas por todo o mundo e não é diferente nos municípios do Estado do Acre, além do mais as provações para quem habitam nos municípios mais longínquos na região do alto Juruá é hostil.
A dificuldade inicia na partida do município de origem via TFD, outro obstáculo é se o acompanhante do doente não dispor de um lugar para permanecer neste período em que o enfermo esteja tratando a covid-19.
O acompanhante não pode permanecer no hospital com o paciente, haja vista ser uma doença infectocontagiosa, ou seja o enfermo fica literalmente aos cuidados do estado, ademais quando vem encaminhado via Tratamento Fora de Domicílio a responsabilidade é integral do governo desde a partida até o retorno e os 'entretantos'.
Essa breve inserção é para comunicar ao Excelentíssimo Sr. Governador do Estado do Acre Gladson Cameli que tome as devidas providências a respeito da atuação da Sesacre diante da humilhação da família de uma vitima do vírus da covid-19 que faleceu na UTI do Hospital do Juruá.
O Sr. J.L.S, 90 anos de idade era morador do município de Marechal Thaumaturgo que contraiu a covid-19 e foi encaminhado via TFD no dia 08 de outubro de 2020 para Cruzeiro do Sul e recebido pelo SAMU no aeroporto e levado para HJ.
TFD do Sr.J.L.S sem preenchimentoComo a situação era grave deu entrada na UTI dia 13 de outubro para os devidos procedimentos incluindo intubação "para manter adequado oxigenação".
Infelizmente no dia 24 de outubro de 2020 o Sr. J.L.S não resistiu e faleceu, a partir deste triste momento a Sesacre deve tomar todas as providencias para o enterro, visto que nenhum membro da família tem permissão para resolver tal problema.
A responsabilidade é do TFD, as providências são de servidores autorizados, Já não basta a dor de não velar o corpo, ser proibido o translado para o município de origem e o enterro sem a última despedida, a família ainda teve que arcar com as despesas do enterro, desembolsou mil reais
Afinal, de quem é a culpa?
A Assistente Social do Hospital do Juruá que estava de plantão no dia 24 de outubro solicitou que a neta que veio acompanhando o Avô se dirige a funerária para resolver a situação do caixão.
Não era pra ninguém da família ter ido na funerária, pois não tem conhecimento qual é a empresa autorizada pelo governo para se responsabilizar pelo caixão e translado, a jovem acabou se deslocando para a funerária não credenciada para tal serviço para o governo.
O Dono ainda informou que não vendia para o Governo, pois não recebia, com certeza a pessoa falou que o caixão era para atender um óbito e que o TFD era responsável.
A jovem assinou um documento garantindo o pagamento para liberar o caixão e o enterro foi realizado dentro das regras sanitárias, os poucos familiares que residem na cidade e a neta que veio acompanhando observaram o enterro de longe.
As ligações do proprietário para família querendo receber o pagamento era constante, enquanto isso servidores da Sesacre foram procurados para conceder explicações sobre o dever do estado em cumprir com a obrigação nessas situações com os pacientes do TFD. Cada funcionário procurado informava que a culpa era de outros, menos do governo.
A Assistente Social do Hospital que era para ter feito todos os contados, depois dos aborrecimentos disse que não poderia fazer nada, visto que a jovem assinou um documento, de modo que ela teria que pagar do seu próprio bolso.
O Chefe do TFD local teve que viajar a serviço e passou o impasse para a substituta pelo setor. Informou que aguardava resposta do contato realizado com o TFD em Rio Branco, foi solicitada por mensagem pela morosidade uma satisfação, que foi "só um pouco". Não veio mais notícia dessa servidora.
A Coordenadora de Regional de Saúde foi procurada e estava em reunião, a autoridade substituta gentilmente nos atendeu e teve conhecimentos dos fatos, quase 24 horas depois do diálogo obtive a seguinte comunicado "não tive resposta positiva". (Creio que da Sesacre Rio Branco )
Nesse período a família além da dor de perder o ente querido e para evitar o transtorno da cobrança efetuaram o pagamento (R$ 1000,00) do caixão, imagino se tivesse que fazer o translado para Marechal Thaumaturgo a conta cairia no colo da família pelo testemunhado dos acontecimentos.
Os responsáveis do governo pelo TFD em Cruzeiro e Rio Branco, devem assumir a responsabilidade pelo erro, pois se torna uma vergonha para o governo, o paciente estava aos cuidados do estado através do Tratamento Fora de Domicílio. O interesse em resolver o problema criado por falta de comprometimento com a família aflita com a morte do avô teria que ser com mais seriedade, a morte não tem dia, pode ser na semana de trabalho, no feriado, no sábado ou no domingo, a presença evita tais situações.
Se fosse alguém de Cruzeiro do Sul aconteceria isso?
As pessoas deveriam ter um pouco mais de empatia e saberem que são servidores públicos e não administram negócios privados, é constrangedor ter conhecimentos deste cenário e a população não ter a informação pela mídia local, que no passado era tão atuante que até o pneu de um carro de mão furado dava matéria.
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