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Gontran Neto
Jornalista

GREVE EM CRUZEIRO DO SUL: SINTEAC X PREFEITURA
A greve dos servidores temporários em Cruzeiro do Sul expõe um abismo cada vez maior entre a gestão municipal e os trabalhadores da educação. De um lado, um sindicato que luta por direitos; do outro, uma administração que parece preferir a retórica da força ao diálogo.
 
Embora a greve seja um direito constitucional, a resposta do poder público tem transformado o debate em um perigoso campo de batalha narrativo, onde a arrogância e as decisões autoritárias ameaçam sufocar a legitimidade das reivindicações.
 
O PODER E SUA ARROGÂNCIA
A recente entrevista do Secretário Municipal de Gestão Estratégica, Orçamento e Finanças, Matheus Lima, é um sintoma claro de como a arrogância no poder pode levar a decisões perigosas.
 
Ao invés de buscar o entendimento, a fala do secretário serviu para inflamar ainda mais a situação, demonstrando uma desconexão preocupante com os princípios da negociação e do respeito aos trabalhadores.
 
Argumentos que buscam contornar a lei do piso salarial e justificar o injustificável apenas reforçam a percepção de uma gestão que governa com base na conveniência, e não na legalidade. 

É irônico que, para a atual administração, o cumprimento do piso salarial pareça ser uma afronta, e o próprio edital revele as manobras para evitar essa responsabilidade.
 

SINTEAC: O BODE EXPIATÓRIO DA VEZ
Em uma manobra clássica de inversão de responsabilidades, a gestão municipal elegeu o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac) como o único culpado pela paralisação.
 
Nas palavras de um dos homens fortes do prefeito Zequinha Lima, o sindicato é "inflexível" e faz "chantagem". Questionar o direito a um reajuste e condicionar a renovação de contratos ao fim da greve não é apenas uma tática de pressão, mas uma perigosa distorção dos fatos.
 
A responsabilidade por uma greve nunca é unilateral; ela nasce da falha do diálogo, da ausência de propostas e do esgotamento das vias de negociação.
 
A AMEAÇA EM ALTA DEFINIÇÃO
O ponto mais alarmante da entrevista foi a ameaça, transmitida ao vivo e em cores, aos servidores temporários.
 
Ao condicionar a renovação dos contratos ao retorno imediato às salas de aula, a prefeitura não apenas confunde contratos temporários com emergenciais para justificar sua posição, mas cruza uma linha ética inaceitável.
 
A declaração de que "vamos encerrar todos os contratos provisórios e vamos declarar emergência na educação" não é um ato de gestão, mas um explícito ato de coação.
 
Usa-se o poder do Estado para intimidar o trabalhador, esquecendo que a administração pública deve servir ao cidadão, e não se servir dele para impor sua vontade.
 
A FRUSTRAÇÃO QUE SE ACUMULA
Para quem acompanha o desenrolar dos fatos, a desilusão com a atual gestão municipal se torna cada vez mais palpável. A falta de propostas concretas, as contradições nos discursos oficiais e a aposta na intimidação como ferramenta de governo criam um cenário repugnante.

A greve, por sua natureza, é a reação a uma ação, ou à falta dela. Ao escolher o confronto em vez do diálogo, a prefeitura de Cruzeiro do Sul alimenta um ciclo de frustração e resistência que prejudica a todos, especialmente os alunos e a comunidade. A questão que fica é: até quando a arrogância ditará as regras?
 

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