A morosidade administrativa trava o Legislativo e a falta
de credibilidade da articulação política ameaça transformar o orçamento em
campo de guerra
Sem LDO, sem LOA, sem PPA; sem Recesso:
O "Presente de Grego" do Executivo para a Câmara Municipal
O Dever de casa não foi feito
O ritual deveria ser sagrado: o Poder
Executivo tem a obrigação constitucional de encaminhar as Leis Orçamentárias para aprovação. É o básico da gestão pública. É através delas que se
define como o dinheiro do povo será gasto no ano seguinte. Mas, ao que parece,
o Executivo local esqueceu de olhar o calendário ou decidiu testar a paciência
alheia.
Reféns da morosidade
O recesso parlamentar da Câmara de Vereadores, garantido
pela Lei Orgânica do Município, deveria ter começado dia 28 de novembro, indo
até 10 de fevereiro. Deveria. A realidade é que os nobres edis estão
"presos" no plenário. O motivo? O Projeto orçamentários simplesmente se encontra ainda com Executivo.
De propósito?
Enquanto o Executivo não envia a matéria, o Legislativo não
pode parar. Resultado: vereadores sem recesso por pura incompetência
administrativa do outro lado do rio Juruá.
A bomba do PPA
Não é apenas a LDO e LOA que brilha pela ausência. O Plano
Plurianual (PPA) também virou lenda. Segundo a nossa sempre atenta
"abelhinha azul", o projeto ainda não foi encaminhado. Vale lembrar
que o PPA anterior (2022-2025) já cumpriu seu ciclo.
Um convite ao erro
A perspectiva é que os vereadores tenham que analisar
montanhas de documentos complexos em tempo recorde. A morosidade do Executivo
não é apenas um atraso, é um convite ao erro.
Articulação?
Aqui a porca torce o rabo. A "abelhinha azul" deu
a ferroada certeira: o clima para a análise das leis orçamentárias é péssimo. O
motivo tem nome e sobrenome: Zé Maria. Os vereadores recusam-se terminantemente
a discutir projetos cruciais com o secretário de Articulação Política.
Que Articulação?
O "ex-comunista" sofre de um mal fatal na
política: falta de credibilidade. Sem confiança, não há conversa. Ironicamente,
o homem pago para articular tornou-se o principal entrave entre os poderes.
Nada de "Toque de Caixa"
Se a estratégia do Executivo é segurar os projetos até a
última hora para pressionar pela aprovação no cansaço e garantir o recesso, o
aviso é claro: vão "quebrar a cara". Fontes do legislativo garantem
que nada será aprovado a "toque de caixa".
Quem vai desatar no nó?
Segundo uma fonte fidedigna, não haverá votação precipitada.
Se o Executivo não tem pressa em enviar, o Legislativo não terá pressa em
aprovar sem ler cada vírgula. O gargalo está criado e falta articulação para
desatar o nó.
Feedback negativo
Um ator político de "alta plumagem", que transita
livremente pela direita local, cantou a pedra: mudanças na equipe do Executivo
podem estar a caminho. O prefeito, mesmo sem emitir notas oficiais, já sabe
quem não entrega resultado e quem trava a gestão. Não sei se procede, mas tem
fundamento lógico. E digo mais: essa mudança não só é necessária, como já está
tardia.
O Papai Noel chegou
mais cedo
O prefeito Zequinha Lima (PP) decidiu antecipar o presente
de Natal da categoria. Publicou o decreto que concede o tão sonhado recesso aos
servidores municipais: começa dia 15 de dezembro de 2025 e só termina em 2 de
fevereiro de 2026.
Heróis da resistência
A medida agrada em cheio ao funcionalismo, embora, claro, existem aqueles "heróis da resistência" (cargos essenciais) que não poderão usufruir desse "inverno amazônico" de descanso e terão que manter a máquina girando.
Recesso ou estado natural?
Mas, o cruzeirense não perdoa, e o humor ácido é a melhor
arma contra a política. Um leitor, com cara de sério, mas cheio de malícia, me
enviou a seguinte pérola sobre o decreto:
"Urtiga, a prefeitura diz que vai entrar de recesso dia
15 de dezembro, mas na prática esse recesso começou no dia 1º de janeiro de
2025. É um recesso 'ad aeternum' (eterno). Eles só renovaram o descanso agora
no papel. Quero ver é quando vai acabar o recesso da gestão e começar o
trabalho de verdade". É... tem gente que perde o amigo, mas não perde a
piada (e nem a razão).
De volta ao jogo: Ilderlei no PL
Após alguns anos longe do protagonismo, o ex-prefeito e
ex-deputado federal Ilderlei Cordeiro está de volta à cena política. Em
entrevista a uma rádio local hoje, o pastor anunciou que assina sua filiação ao
PL na noite desta sexta-feira (5). Na ocasião, também confirmou que é
pré-candidato a deputado federal.

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