A CIRANDA DA POLÍTICA
O ano de 2026 promete fortes emoções no Acre, com a disputa por duas vagas no Senado e pelo governo do estado. Os "jogadores" escalados para essa partida são de primeira linha e quem não joga bem, é o dono da bola. Contudo, existe aquele candidato que se acha "craque" em ajustar o passo para dar um carrinho no adversário sem que o juiz marque a falta e ainda aplaude.
O FIM JUSTIFICA OS MEIOS NA POLÍTICA ACREANA?
Vamos "desmiuçar" o complexo cenário político que
se desenha no Acre para as eleições de 2026 no campo majoritário. A aparente contradição nas
alianças sugere que, para alguns, os fins podem justificar os meios.
O PONTO DE PARTIDA
O ponto de partida é o Governador Gladson Cameli (PP), bolsonarista, candidato favorito a uma das vagas do Senado, mas enrolado até o pescoço no STJ. Ele, é o "dono" da candidatura a
governador em 2026, que já anunciou será sua correligionária e amiga, a não menos bolsonarista, Mailza Assis (PP).
UM INTRUSO NO PEDAÇO
Contudo, a equação se complica com a entrada de um terceiro
nome na chapa de Cameli, no caso para o Senado, o bolsonarista doente, Márcio Bittar (PL). O problema
é que Bittar pertence ao mesmo partido do bolsonarista ferrenho, Tião Bocalom (PL), prefeito da
capital, que não descarta a possibilidade de ser pré-candidato ao governo, posição que o torna um
adversário direto do grupo de Cameli. Estrategicamente, Bittar ainda não
declarou apoio a Mailza Assis.
ZONA DE TURBULÊNCIA
Este arranjo coloca aliados importantes em uma posição
delicada. É o caso de outro bolsonarista, Zequinha Lima (PP), prefeito de Cruzeiro do Sul, que já
afirmou lealdade aos candidatos de Gladson Cameli. Ele ressaltou que, para o
Senado, seus nomes são Cameli e, em segundo lugar, Márcio Bittar.
SE ORGANIZAREM
A grande questão é: se os bolsonaristas de carteirinhas Bocalom e Bittar se "abraçarem" em 2026, minando a chapa governista, qual será a decisão de Zequinha Lima? A
lealdade ao governador falará mais alto ou a "gratidão" a Bittar será mantida?
SEM COMPANHIA
Temos ainda o grupo bolsonarista de Alan Rick (Republicanos). Líder absoluto nas pesquisas para 2026, ele carrega uma presunção extrema, a ponto de dar a entender que vence a eleição sem precisar de outros partidos. Essa, porém, é outra história, e não menos turbulenta.
ENDIVIDADO, GOVERNO DO ACRE BUSCA NOVO EMPRÉSTIMO DE APROXIMADAMENTE R$ 300
MILHÕES
Seguindo o ditado de que "nada está tão ruim que não possa piorar", a
notícia da vez é a intenção do Governo do Acre de contrair um novo empréstimo
de aproximadamente R$ 300 milhões. O sucesso da dívida depende da Assembleia
Legislativa (ALEAC).
SEM GARANTIA DA UNIÃO
O grande obstáculo, porém, é extremamente ruim a saúde financeira do estado. Atualmente, o
Acre possui a nota C em sua capacidade de pagamento (Capag) junto
ao Tesouro Nacional, o que o impede de obter a garantia da União para a
operação.
O QUE SIGNIFICA "NOTA C"?
Para facilitar o entendimento, a nota C é como a situação de um servidor
público que já usou toda a sua margem para empréstimos no contracheque e, por
isso, não consegue mais crédito. Esse é o nosso Estado hoje.
NOTA BAIXA
A nota baixa impede que o estado consiga o aval da União para o empréstimo. A alternativa proposta para contornar isso é arriscada, pois sugere comprometer o Fundo de Participação dos Estados (FPE), que é, ironicamente, a principal fonte de receita que ainda mantém as contas em dia.
PERIGO EVIDENTE
Se o Estado não conseguir pagar o empréstimo, os recursos
do FPE serão automaticamente destinados a honrar a dívida. Na prática, isso
comprometeria o dinheiro de serviços essenciais e da folha de pagamento,
podendo dar um fim trágico aos servidores e ao futuro financeiro do Acre.
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