O JOGO DA HARMONIA: EXECUTIVO GOVERNA EM CÉU DE
BRIGADEIRO
A outrora ruidosa arena política de nosso
parlamento mirim hoje mais parece um tranquilo chá das cinco. Os embates
ferozes cederam espaço a uma formalidade impecável, onde o tratamento é cerimonioso.
O PERCURSO FOI FACILITADO
Como venho registrando neste espaço, o armistício entre os poderes foi selado. A consequência direta é um cenário dos sonhos para qualquer gestor: um Legislativo dócil, que mais acompanha do que fiscaliza. O Poder Executivo navega em águas serenas, sem ter que desviar de tempestades ou enfrentar problemas nas ruas, pois as barreiras já foram removidas.
UM SILÊNCI QUE INCOMODA
O guru dessa tranquilidade, dizem fontes, é José Maria, o
‘habilidoso’ articulador do prefeito Zequinha Lima. Seu trabalho cirúrgico nos
bastidores transformou o campo de batalha em um gramado bem aparado, onde o
time da situação joga sozinho. A paz reina, mas o governo municipal não avança
e os confrontos desapareceram.
O TRIBUTO DA FUTILIDADE E O PARLAMENTO DESMORALIZADO
Na semana passada a Câmara de Vereadores de Sena Madureira
ficou ‘famosa’ com o ringue no plenário, troca de socos entre legisladores. Já
em São Paulo, a Comissão de Educação, Cultura e Esportes da Câmara Municipal
encontrou uma pauta de urgência máxima: homenagear o cabeleireiro da
ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
NÃO TEVE QUÓRUM O SUFICIENTE
A iniciativa, capitaneada por uma vereadora bolsonarista,
revela muito sobre as prioridades de uma certa ala da nossa política. O
projeto, claro, não avançou, um raro momento de lucidez forçado pela falta de
quórum e pela resistência da oposição.
A POLÍTICA LONGE DO CIDADÃO
É por essas e outras que a política se afasta cada vez mais
do cidadão. A cena expõe um teatro de servilismo que deveria envergonhar
qualquer representante eleito. O parlamento, que deveria ser a casa do povo e
do debate sério, transforma-se no palco de presepadas cujo único objetivo é
agradar a padrinhos políticos e massagear seus egos.
O PROBLEMA É SISTÊMICO
De norte a sul, as câmaras de vereadores se tornam reféns de
pautas irrelevantes, enquanto as demandas da população são ignoradas. A
tentativa de tributo em São Paulo é apenas o exemplo mais recente de como o
interesse público é trocado pela adulação pessoal.
RESPOSTA NA ORDEM DO DIA
Depois, perguntam-se por que a política brasileira inspira
tanta desconfiança. A resposta, muitas vezes, está na própria ordem do dia.
A CORDA JÁ ESTICA PARA 2026
Ainda que o calendário marque 2025, a corrida pelo governo
do Acre em 2026 já começou a esticar a corda no cenário político. A ambição de
alguns personagens em comandar o Palácio Rio Branco a qualquer custo deflagrou
uma disputa interna ruidosa, e o eleitor acreano está tendo a oportunidade de
saber o que de fato eles querem.
DIREITA SEM MÁSCARAS
A observação mais pertinente recai sobre o campo da direita.
O que se vê não é a construção de um projeto coeso, mas uma batalha de vaidades
onde impera a lei do "salve-se quem puder". Cada aspirante ao cargo
parece mais preocupado em marcar território do que em construir pontes, num
verdadeiro "Deus nos acuda" que expõe a fragilidade das alianças.
QUATRO MESES DE ESPERA
Utilizando a coluna Urtiga como um espaço para expor problemas locais, um trabalhador autônomo cruzeirense fez uma reclamação séria: sua filha está tentando uma consulta na maternidade de Cruzeiro do Sul com um ginecologista há quatro meses e ainda não conseguiu. Amiga, tem senhoras que estão aguardando agendamento para mostrar a mamografia desde o Outubro Rosa de 2024
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