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Rapidinhas com o UrtigaDoJuruá:


Presidente do Sinteac-CZS, Pedro Lima e Prefeito Zequinha Lima




Gontran Neto
Jornalista

A TESE DA "NEUTRALIDADE ZERO" E O CONFLITO POLÍTICO
O ponto de partida para analisar um episódio é a premissa de que não existe neutralidade absoluta no jornalismo. Essa ideia se sustenta no fato de que a informação é sempre mediada pela escolha editorial, pelo enquadramento da linguagem e pela experiência humana do jornalista, portanto fatores que, inevitavelmente, injetam uma perspectiva na notícia.
 
Eu diria que, a falta de imparcialidade ficou evidente durante a greve dos servidores da educação. Em um programa local de rádio e TV em Cruzeiro do Sul, o jornalista utilizou seu espaço para ‘apequenar’ o movimento, demonstrando claramente seu posicionamento. É importante frisar, de que nós, jornalistas, temos o direito de expressar opiniões e ideias livremente, mas não estamos imune a contestação.
 
Ressaltando que ele defendeu a tese de que os servidores não seriam atores autônomos, mas estariam sendo usados como "massa de manobra" pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac).
 
Também, na sua opinião o Sinteac estaria manipulando a greve com o objetivo real de atingir metas políticas contra a gestão atual, e não de forma orgânica em defesa dos direitos da categoria.
 
RESPONSÁBILIDADE CÍVICA E LEGAL
Penso que nesse momento, o papel do jornalismo sério não é ser 'neutro' entre o sindicato e o prefeito, mas sim defender o interesse público e o que é estabelecido pela lei. A defesa do piso salarial, nesse contexto, é uma questão de responsabilidade cívica e legal, e não de escolha política.
 
“DIFICIL DE ACREDITAR EM UMA GREVE DESSA”
Ele sustentou que a cobertura midiática limitada à greve seria reflexo desse uso político. A crítica escalou com a acusação de que o Sinteac estaria insatisfeito com a gestão por ter perdido espaço e influência na indicação da Secretaria de Educação, segundo ele historicamente ligada à esquerda.
 
MANIPULAÇÃO DOS FATOS
O texto, contudo, aponta uma omissão crucial na análise do jornalista, pois o Sinteac apoiou o atual prefeito, Zequinha Lima, em sua eleição e reeleição, e, sem dúvida, foi fundamental para a vitória em 2024. Este fato enfraquece a narrativa de que o sindicato só opera contra o campo político do prefeito.
 
A ILEGALIDADE NO CASO DO PISO NACIONAL DO MAGISTÉRIO
O ponto central de divergência e de ilegalidade reside no argumento do jornalista sobre a remuneração dos professores temporários, ao dizer que o edital de seleção previu um salário menor para os temporários e, portanto, eles concordaram em receber o valor, pelo menos em tese.
 
ARGUMENTO FRÁGIL E INCORRETO
O argumento é juridicamente frágil e, na prática, incorreto, pois ignora uma lei federal específica.

Lei Federal: A Lei nº 11.738/2008 estabelece o Piso Salarial Nacional do Magistério para todos os profissionais da educação básica da rede pública.
Isonomia Legal: Essa lei não faz distinção entre professores efetivos (concursados) e professores contratados temporariamente.
Supremacia da Lei: A previsão de um salário abaixo do Piso no edital ou contrato de um professor do magistério não anula a lei federal. O município é obrigado a respeitar o valor mínimo estabelecido nacionalmente.
 
PRINCÍPIO DE LEGALIDADE
Portanto, o não pagamento do Piso Salarial Nacional aos professores temporários, nesse contexto, configura um descumprimento direto de uma lei federal e fere o princípio da legalidade que rege a Administração Pública.
 
DIREITO INCONDICIONAL
O professor temporário tem direito incondicional a receber, no mínimo, o valor do Piso Nacional. Usar a previsão de um edital abaixo do mínimo legal como justificativa para o não pagamento expõe a administração pública a ações judiciais por ilegalidade.
 
A DEFESA DO TRABALHADOR
Na minha modesta opinião, todo e qualquer movimento paredista que defenda o trabalhador e a trabalhadora é salutar. É fundamental que o movimento sindical cumpra seu papel de "tomar as dores" de seus sindicalizados.
 
Mais importante ainda para a credibilidade e força da categoria é que o sindicato se mantenha desatrelado da gestão pública (o "patrão"). Essa independência é crucial porque:
Fortalece o Movimento - Um sindicato que não tem compromissos políticos com o governo pode atuar de forma mais firme e incisiva na defesa dos direitos, sem medo de retaliação ou de perder "espaço" na máquina administrativa.
 
Evita Críticas à Moralidade - A autonomia evita a abertura para comentários e acusações de que o sindicato está sendo usado como "massa de manobra" ou que suas ações são motivadas por interesses políticos particulares, em vez das necessidades reais dos trabalhadores.
 
Em suma, a defesa intransigente dos sindicalizados e a clara separação entre a representação da categoria e o poder público são essenciais para manter a legitimidade e o conceito do movimento sindical.

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