A história do Novenário de Nossa Senhora da Glória, Padroeira da cidade de Cruzeiro do Sul - Acre, foi construída com muita fé, trabalho e alegria, apresentado para o mundo como uma das mais completa festa religiosa do Brasil e a maior do estado do Acre. É preciso destacar que deste os tempos de outrora, a Santa Missa na Igreja Nossa Senhora da Glória prossegue com as dez noites de festa religiosa para uma imensidão de fieis católicos que disputam cada espaço físico no interior e na área externa do Templo Religioso, "um lugar de oração e busca da presença Dele".
Respeitando todos os Dogmas da Igreja Católica, se faz necessários discorrer sobre a outra festa que marcou gerações fora da catedral, mais precisamente na Praça da Bandeira ou Praça de cima, ali, os e as cruzeirenses caminhavam em círculos, 'uns indo e outros vindo', uma efetiva multidão na direção da felicidade, inesquecíveis noites tradicionais do leilão, sempre repleto de vários prêmios e disputas acirradas. As crianças se divertiam com o puxa encrenca, balões de gás, pescaria, jogo de bastidor para os adultos com as mais variadas marcas de cigarros da época, que fazia parte do desafio, tudo acontecendo concomitantemente com o "leiloeiro" clamando pelo maior preço das prendas e o glamour do correio elegante abrilhantava os adolescentes e jovens enamorados, tempos de novenário de uma década memorável.
Em tempos de outrora, a "Praça de Cima", era preenchido com construções rústicas de bares, um aglomerado de botequins uniformes, aquele "microempreendedor" que conseguia um terreno maior, podia se considerar um indivíduo bem quisto, no entanto, esses detalhes não importavam para os apreciadores daquele ambiente etílico, com músicas incompreensíveis, pois cada estabelecimento usava da liberdade para apresentar um som conforme seu gosto, de preferência um brega arrumado, e assim, enquanto um estabelecimento tocava uma música de Alípio Martins, outros com volumes alarmantes em seus aparelhos de som 3 em 1 surgiam com Amado Batista que ofuscava a música do Bartô Galeno e Beto Barbosa, Adelino Nascimento era um espetáculo, na realidade uma verdadeira torre de babel das músicas, que ressoavam todas ao mesmo tempo.
As opções da festa religiosa fora da igreja eram muitas, a quadra da Praça da Bandeira não recebia esportes, ali a tradicional barraca do 7° BEC era instalada, com direito a churrascos a moda gaúcha, MPB, bebidas à gosto, os preços um pouco mais salgado. A sociedade abastada da região podia usufruir de um espaço renomado, no entanto a alegria não era maior do que as barracas (bares) do povão, pois a democracia determinava nas noites de euforia e reza, um ambiente que permitia encher o corpo e a alma de felicidade, destaque para aqueles que durante dez noites eram cúmplices do raiar do dia.
Deixando de lado as atmosferas reluzentes, os desafios dos jovens alucinados pelas barcas (Barquinhas), momentos de perigos absurdos, as manobras radicais realizadas por duplas ou individualmente, assustava, segurança não existia, o risco era o limite, faz parecer nos dias de hoje, montar em um touro nos rodeios. Outro ingredientes da festa religiosa mais tranquilo, as rodas gigantes, uma atração tranquila, no entanto a Roda Gigante completava a satisfação dos casais e das crianças no novenário, vez por outro dava pane e os aventureiros permaneciam sentados nas alturas por um período, nada que não causasse sorrisos em alguns e lágrimas em outros.
Um pouco do anos 80 no novenário, cada encerramento desta festa religiosa era marcante, turistas garantiam o retorno, aqueles estudantes do Colégio Agrícola renasciam e revigoravam as energias depois de aproveitar as férias nesta data abençoada. O bem-estar ficava estampada participantes construíram sua história, principalmente aquela imensidão de fieis que compareciam no encerramento do ato religioso com uma santa missa e procissão, muitos pagando promessas, outros tantos concentrados na reza e aqueles que participavam pelo simples sentimento de paz e portanto, o Novenário de Nossa Senhora da Glória encerrava-se com um grande Show religioso em frente a catedral, tudo perfeito, religião, festa e negócio renascia a cada ano, como a vida é uma eterna transformação, a "praça de cima" foi um marco e deixou saudades com os eventos que foram transferidos "para praça de baixo", mas sem bares, barquinhas, roda gigante, "Y outras cositas más".
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