Rapidinhas com UrtigaDoJuruá
Gontran Neto
jornalista
PESQUISA POLÍTICA – INJUPE
Uma pesquisa de opinião informal, divulgada pelo Instituto
Juruaense de Pesquisa e Estatística (INJUPE), confirma a tendência já percebida
nas ruas e em análises de bastidores: o eleitorado de Cruzeiro do Sul demonstra
um claro descontentamento com o Executivo Municipal. O levantamento, realizado
entre 6 e 8 de setembro com 409 entrevistados, ilumina os desafios enfrentados
pela atual gestão.
AVALIAÇÃO DA PREFEITURA: NÚMEROS DESFAVORÁVEIS
Nos primeiros nove meses de seu segundo mandato, a gestão do
prefeito Zequinha Lima enfrenta uma avaliação majoritariamente negativa.
Segundo os dados: Reprovação: A soma dos que consideram a gestão "ruim"
(13,8%) e "péssima" (11,9%) chega a 25,7%.
TEM CAPACIDADE PARA MELHORAR?
Aprovação: Em contrapartida, os índices de "ótimo"
e "bom" totalizam apenas 18,2%. O número mais expressivo é o da avaliação "regular",
com 49,7%. Este índice, embora neutro, é a chave para a análise do cenário.
A DELICADA LINHA ENTRE O SUCESSO E O FRACASSO
À primeira vista, o cenário é desfavorável ao prefeito, pois
os índices negativos superam os positivos. No entanto, é na avaliação
"regular" que reside a margem para uma interpretação menos pessimista
por parte da gestão.
AINDA PODE SORRIR, MAS UM SORRISO AMARELO
Embora essa expressiva parcela do eleitorado não demonstre
um apoio enfático, a soma desse percentual com o de "bom/ótimo"
permite ao prefeito apresentar um quadro de aceitação majoritária, ainda que
sem grande entusiasmo popular.
PODER LEGISLATIVO FOI MELHOR AVALIADO
O Poder Legislativo municipal apresenta
uma situação mais confortável. Com 20% de "ótimo/bom" e 63,7% de
"regular", a Câmara soma mais de 80% de avaliação não negativa,
indicando um respaldo significativo da sociedade. A rejeição
("ruim/péssimo") é de apenas 10%.
JÁ FOI MELHOR
Governo do Estado: A gestão do governador Gladson Cameli em
sua cidade natal registra 35% de "ótimo/bom" e 24% de
"ruim/péssimo". Embora já tenha desfrutado de índices melhores, os
números ainda mostram uma aprovação superior à rejeição, mesmo sem a
necessidade de somar os 38% de "regular".
O QUE ALIMENTA O DESCONTENTAMENTO?
A percepção negativa revelada pela pesquisa não surge no vácuo e, sem dúvida, reflete problemas práticos que afetam diretamente a população."
SEM DIREITOS TRABALHISTAS
A questão das indenizações para servidores provisórios e
comissionados da gestão anterior (Zequinha Lima), bem como para aqueles com
contratos recentemente encerrados, é um grande foco de tensão relacionado à
violação de direitos trabalhistas.
FRUSTRAÇÃO COM AS VERBAS RECISÓRIAS
A confiança de que a gestão honrará esses compromissos
trabalhistas é praticamente nula. A tão sonhada verba rescisória converteu-se
em frustração, um sentimento que, segundo fontes, é exacerbado pela frieza de
alguns membros da "elite" do prefeito.
DESDÉM PELOS OUTROS
Relatos indicam que este grupo parece ter prazer em negar
direitos e "castigar" os ex-colaboradores, impondo-lhes longas
esperas por qualquer diálogo sobre o tema.
SEM ESPORTE NA AREIA
As quadras de areia no complexo esportivo conhecido como
"buraco do prefeito", que eram usadas para futebol, vôlei e
futevôlei, foram desativadas durante o Festival da Farinha 2025 e, até o
momento, não foram reativadas, deixando os praticantes em segundo plano.
TENDAS DO FESTIVAL
Tudo indica que a gestão está sem tempo para autorizar a
retirada completa das tendas usadas no Festival da Farinha, que terminou em 30
de agosto. Várias delas ainda permanecem no local, levantando a questão: essa
demora gera custos para o erário público?
RESULTADO DA TRAMA GOLPISTA
Depois de mais de quatro horas apresentado provas e
argumentando sobre os crimes dos 8 réus no julgamento, por tentarem uma ruptura
da democracia, o ministro Alexandre de Moraes, nesta terça-feira (9), vota pela
condenação de todos, incluindo Jair Bolsonaro como o líder da organização criminosa
e pede pena máxima, ou seja, 43 anos de prisão.
JULGAMENTO
Nesta terça-feira (9), em um julgamento que durou mais de
quatro horas, o ministro Alexandre de Moraes, relator do processo, votou pela
condenação de todos os oito réus acusados de tentar uma ruptura democrática.
PENA MÁXIMA
Em seu voto, Moraes identificou o ex-presidente Jair
Bolsonaro como o líder da organização criminosa e pediu a pena máxima para ele:
43 anos de prisão.
AS ACUSAÇÕES
Os crimes imputados aos réus, que fundamentaram o voto do
ministro: Organização criminosa armada. Tentativa de abolição violenta do
Estado Democrático de Direito. Golpe de Estado. Dano qualificado contra o
patrimônio da União. Deterioração de patrimônio tombado. Devido ao foro
privilegiado, o deputado federal Alexandre Ramagem pôde ser julgado por apenas
três dos cinco crimes listados.
MINISTRO FLÁVIO DINO
O ministro Flávio Dino acompanhou o voto do relator pela
condenação de todos. No entanto, em sua fala de pouco mais de uma hora,
argumentou por penas mais brandas para o ex-diretor da ABIN, Alexandre Ramagem,
e para os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira. Dino ressaltou:
"Eu considero que há uma participação de menor importância em relação a
cada um deles".
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