Rapidinhas com o UrtigaDoJuruá
Gontran Neto
Jornalista
PREJUÍZO DE MAIS DE R$ 1 MILHÃO
Uma denúncia vinda de uma fonte fidedigna, uma figura
importante de Cruzeiro do Sul (AC) aponta para um possível prejuízo de mais de
R$ 1 milhão aos cofres públicos, decorrente da perda de milhares de doses de
vacinas. Segundo a fonte, o incidente pode ser caracterizado como um caso de
imprudência.
PLANO DE CONTINGÊNCIA
A perda dos imunizantes teria ocorrido devido à falta de um
plano de contingência, especificamente a ausência de uma equipe de sobreaviso
designada para atuar em casos de emergência, como panes no sistema de
refrigeração dos estoques, ou falta de energia elétrica.
AGRAVANTE: PROTOCOLO IGNORADO
O que agrava a denúncia é o fato de que o município já
possuía um protocolo para lidar com quedas de energia, situação que não é
inédita na região. Fonte familiarizada com os procedimentos antigos questiona o
motivo pelo qual não existe mais essa equipe de prontidão, por qual motivo
deixou de ser importante?
CRISES SEMELHANTES
Anteriormente, em crises semelhantes, uma equipe designada
era responsável por recolher os imunizantes e transportá-los para a segurança
da câmara fria localizada no Pronto Atendimento Municipal (PAM). Ainda segundo
a fonte, a ausência desse suporte técnico emergencial teria tornado impossível
uma resposta rápida para salvar as vacinas, resultando na possível perda dos lotes
afetados.
FALTA PROFISSIONAL
A fonte que não
vai se identificar e é resguardado esse direito, declarou também que, a Prefeitura
de Cruzeiro do Sul, através da Secretaria Municipal de Saúde, não contratou até
então um técnico para aferir a temperatura das vacinas, mas a orientação para
os coordenadores é que um ‘técnico’ visitou as unidades no dia do apagão. Grave, se for confirmado!
RESPOSTA DO SECRETÁRIO DE SAÚDE MARCELO SIQUEIRA
Primeiramente, nenhum município no Brasil compra vacinas;
essa é uma atribuição exclusiva do governo federal.
Em segundo lugar, todos os refrigeradores dispõem de
termostato, que registra a variação de temperatura em 24 horas, havendo regras
bem definidas para indicação de descarte.
Em terceiro lugar, no domingo nossa equipe esteve de plantão
e supervisionou todas as salas em risco, avaliando a possibilidade de
recolhimento para a central, que possui geração própria de energia.
Em quarto lugar, não houve descarte de nenhum lote de
vacinas em razão da queda de energia e, caso houvesse, a própria Secretaria
notificaria a ocorrência e comunicaria à concessionária de energia, responsável
pelo abastecimento.
Por fim, a rede do Programa Nacional de Imunizações é única,
ou seja, o monitoramento e o controle são compartilhados.
Além disso, não temos esse valor em vacinas distribuídas nas
UBS e, se houvesse perdas — o que não ocorreu — somente o governo federal
poderia estimar valores.
NOTA DO BLOG
A denúncia apresentada nesta matéria, se comprovada pelas
autoridades, é de extrema gravidade. O papel que exerço como jornalista é o de
investigar e publicar as informações de interesse público que recebo,
independentemente das reações que possam provocar. Este blog, fiel à sua
missão, se pauta por um jornalismo que questiona e, por vezes, incomoda.
NÃO TENHO O DIREITO DE NEGAR A INFORMAÇÃO
O direito ao contraditório é um princípio fundamental e, por
isso, jamais será negado neste blog. No entanto, a informação também é um pilar
essencial do jornalismo, especialmente quando provém de fontes confiáveis e se
insere no contexto da nossa sociedade. A transparência é um dever de todos e,
por isso, esperamos que esta situação com duas versões seja cuidadosamente
examinada.
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