Por Cesario Campelo Braga
Durante o governo Lula, o Brasil cresceu, promovendo a distribuição de renda ao mesmo tempo em que reduziu a maior mazela da humanidade: a fome. Os resultados eram frutos de decisões política, como o programa Fome Zero, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), bem como o controle efetivo da inflação e do câmbio e a política de valoração do salário-mínimo.
Quase duas décadas depois, voltamos a viver uma situação gravíssima de miséria, desemprego e fome no Brasil. Uma situação muito parecida com a que vivíamos antes, que não pode ser facultada apenas ao isolamento social, como a narrativa bolsonarista tenta nos empurrar.
Para além da pandemia, Bolsonaro tomou decisões políticas e econômicas equivocadas que têm sido decisivas para esse cenário de caos. Como a decisão de manter os preços de derivados de petróleo (gasolina, diesel e gás de cozinha) vinculados ao dólar, ausência de controle cambial, falta de um programa nacional de geração de emprego e renda, tentativas de privatizações e desregulamentação de direitos dos trabalhadores.
Essas decisões, que em números econômicos podem parecer que levam o Brasil para o crescimento, na verdade aprofundam as desigualdades sociais, a exemplo da ausência de controle cambial que faz o dólar estar a mais de R$ 5. Com isso as exportações de commodities, principalmente de alimentos, batem recorde em números e Bolsonaro comemora. Porém, na outra ponta onde fica o povo, o mercado local fica desabastecido. Com a diminuição da oferta, os preços dos alimentos sobem de forma exorbitante e o povo não pode comprar.
Cito como exemplo disso no dia a dia o preço do ovo, que aparentemente não sofreria impactos com a política cambial, porém está vinculado diretamente ao preço das commodities, milho e soja, principais componentes da raça das aves. Com isso uma cartela de 30 ovos que em 2019, quando Bolsonaro assumiu, custava R$10 hoje, dois anos e meio depois de Bolsonaro, a mesma cartela custa quase R$20.
Outro fato parecido são os combustíveis, a cada trimestre a PETROBRAS noticia lucros recordes e Bolsonaro comemora. Entretanto, os altos preços do combustível impactam, além do custo de deslocamento das pessoas, diretamente no preço de tudo, por que essa alta é embutida no preço do frete e por consequência no custo final dos produtos, especialmente, dos alimentos. Sem falar no gás de cozinha que essa semana já teve mais um aumento determinado pela PETROBRAS.
Assim como esses exemplos existem tantos outros desajustes, todos frutos das decisões políticas e econômicas do governo de Bolsonaro, como o fim da política de valorização do salário mínimo e, consequente, perca do poder de compra do brasileiro que antes com R$ 400 fazia a feira do mês e hoje não consegue fazer a mesma feira nem com R$800, o dobro do valor.
Bolsonaro comemora o crescimento do PIB e ampliação no número de milionários e bilionários no Brasil, inclusive, os presenteando com mais isenções de impostos e fazendo vista grossa para os sonegadores fiscais. Contudo, ele não se preocupa com ampliação da miséria do povo. Essa crise que vivemos é uma decisão de fazer os pobres continuarem cada dia mais pobres e os ricos cada dia mais ricos.
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