Rapidinhas com UrtigaDoJuruá
SEM PAREDES, SEM PISO E SEM ÁGUA
Com relação a reportagem do domingo (9), no Fantástico, onde mostra uma “escola” rural na comunidade do Limoeiro, no município do Bujari
(AC), sem paredes, sem piso e sem água, em pleno século XXI, expõe a falta de comprometimento dos gestores com a
educação do estado do Acre.
ESQUECIDOS
E de que modo não questionar a aplicação dos recursos
do Fundub, pois pela reportagem não está sendo efetivamente utilizado para
garantir condições mínimas de infraestrutura escolar. Ademais, como bem disse a Presidente do TCE, a conselheira Dulce Benício "A situação da educação é preocupante. O estado, que já esteve entre os cinco melhores colocados, hoje ocupa a 26ª posição nacional".
SERVENTE
Importante destacar o papel da professora da escola do Limoeiro,
tal qual ela, existe milhares Brasil afora, que, diante do cenário de abandono,
assumem múltiplos papéis para suprir a inoperância do poder público.
MÃES
Portanto, não
é incomum que essas profissionais atuem como mães, enfermeiras, psicólogas e
até mesmo como operárias, tentando transformar o pouco que tem em algo que possa
minimamente contribuir para o aprendizado dos alunos e alunas.
VALORIZAÇÃO
Nesse contexto, a professora do Limoeiro, Graciele Amorim que representa outras tantas
Graciele da Zona Rural do Acre, mostra-se um exemplo vivo de resiliência e
dedicação, mesmo em condições que seriam consideradas inadmissíveis em qualquer
lugar do mundo.
DOIS TURNOS
Ela dá aula em dois turnos, conciliando o trabalho em sala com
tarefas que vão muito além de suas responsabilidades formativas, tudo isso em espaço
improvisado, que antes era um curral, e ela transformou em local onde os sonhos
ainda podem nascer, apesar da ausência do estado.
VERGONHA
O que foi apresentado no Fantástico revelou para o Brasil inteiro
a precariedade que muitas vezes é ignorada por aqueles que deveriam zelar pela
dignidade dos alunos e professores. A realidade retratada escancara não apenas
a ausência de infraestrutura física, mas também de respeito e valorização
àqueles que são a base do sistema educacional.
CURRAL
Como é possível esperar que crianças e adolescentes aprendam
em um ambiente onde falta o mínimo de condições para o ensino? Da mesma forma,
como aquela professora pode exercer sua função com dignidade, quando nem mesmo
possuem suporte básico para realizar suas atividades, sobretudo com
ensinamentos multidisciplinar em que o espaço para estudo é um antigo curral?
CARAVANA DOS DEPUTADOS
Já que os deputados estaduais acreanos fizeram uma caravana
vistoriando a BR-364 com pedido de socorro para o governo federal, seria
urgente e necessário que os mesmos parlamentares organizassem uma caravana e convidar
o governador e o prefeito do Bujari para vistoriar e denunciar as condições dessa
escola no Acre.
SOS EDUCAÇÃO
Desta forma o pedido de socorro externaria o compromisso com o
futuro da educação na zona rural e um passo concreto para combater as desigualdades
que perpetuam o abandono dessas áreas, imprescindível que o poder público (inclui também a ALEAC), saiam dos discursos ultrapassados. Essa matéria do Fantástico desnudou muitos os atores políticos do estado.
MINISTÉRIO PÚBLICO E TRIBUNAL DE CONTAS
Depois da exposição do Acre com relação a educação em uma
comunidade rural, com denúncias que despertaram os órgãos fiscalizadores, além
do Tribunal de Contas do Acre (TCE-ACRE), o Ministério Público do Estado (MPE), espero que trabalhem com intuito de adotarem medidas rigorosas diante do descaso e da
exploração de alunos, professor e professora com desvio de função.
A VIDA NÃO SE RESUMO EM FESTIVAIS
Esta frase da música popularmente conhecida como “caminhando
e cantando” de Geraldo Vandré, símbolo de resistência e esperança, principalmente depois do AI-5 em 1968, foi feita para ser cantada como protesto para o momento da ditadura que o Brasil
viveu.
CONTEMPORÂNEO
Porém, esta frase cai como uma luva
para os dias atuais, não como governo autoritário, apesar de já ter acontecido algumas reações que a democracia não permite, mas uma crítica à
importância excessiva dada aos festivais no Acre, e desta forma escolas e ramais que
são prioridades ficam para último plano e algumas nem planos tem.
GOVERNADOR
O governador do Acre, parece que esqueceu que já está há seis anos no poder, e deu uma desculpa fraca, sem lógica e que satisfaz só os seus adeptos, declarou que reconhece os desafios e que medidas já estão sendo tomadas, disse ainda que o seu governo não esconde problemas. Imagino, se não fosse o Fantástico, essa escola no Limoeiro receberia os alunos em um curral ainda por muito tempo.
VERGONHA II
Deu na coluna do Astério: "No Show da vida, o jeitinho brasileiro", a mão do governador comentou "uma vergonha", um seguidor rebateu "seu filho é o governador", ela replicou: "eu sei por isso mesmo". De fato, é vergonhoso!
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